Retirado do blog Ubuntu-BR-SC
Miguel de Icaza, um dos fundadores do projeto GNOME, escreveu um post em seu blog pessoal com o título “What Killed the Linux Desktop“, ou “O que matou o desktop Linux“.
A razão de tudo, segundo Icaza, seria a própria cultura do Linux. Em seu texto ele responsabiliza Linus Torvalds por ter inspirado na comunidade uma cultura de não dar importância à retrocompatibilidade com dispositivos e programas a cada nova versão lançada de seus programas, em nome da inovação.
Agravando a questão da compatibilidade, estaria o fato de que cada distribuição Linux escolhe seu próprio conjunto de componentes principais do sistema. Estes, para ele, seriam os dois principais motivos que dificultam o suporte proprietário, resultando na marginalização do sistema.
Enquanto
isso, afirma Icaza, o OSX, sistema operacional da Apple, foi se
desenvolvendo e eliminando seus problemas iniciais, tornando-se uma
opção Unix mais atraente aos desenvolvedores. Ele próprio
afirma ter se apaixonado pelo iPhone e que, por isto, usar um Mac teria
se tornado uma necessidade. Por consequência, o futuro do Linux estaria comprometido pela perda de seus desenvolvedores para a web e para o OSX.
Um link para esse texto acabou sendo postado pelo engenheiro de software da Intel, Sriram Ramkrishna, no Google+, onde recebeu resposta de pesos pesados do kernel, como Alan Cox e o próprio Torvalds.
Em sua contestação, Cox disse que riu do argumento sobre não haver consenso entre as distribuições na escolha dos componentes do sistema, já que o próprio Icaza teria sido responsável por uma grande divisão nos desktops, ao criar o Gnome. Além disso, os problemas de retrocompatibilidade seriam do Gnome, e não do kernel. Terminou dizendo que “O Gnome não é um realmente um desktop – é um projeto de pesquisa”.
Quanto a Linus, o criador do kernel Linux, ele disse ter achado graça de ter levado a culpa por ter influenciado no comportamento dos desenvolvedores. Argumentou que uma das regras principais do kernel é não romper com interfaces externas, ou seja, pode-se romper compatibilidade só internamente e não com programas e dispositivos externos.
Para Torvalds, a maior prova do uso bem-sucedido dessa política seria a compatibilidade do Linux
com os mais diversos processadores para computador e outros
dispositivos como celulares e roteadores. Finalmente, reforçando os
argumentos de Cox, disse que o pinguim se desenvolveu pelas ideias e
necessidades de várias pessoas diferentes, ao contrário do projeto Gnome
que, segundo afirma, impõe suas ideias aos usuários “goela abaixo”.
É necessário lembrar, em primeiro lugar, que os parâmetros de sucesso do software livre vão muito além de sua adoção por um grande número de pessoas. O fato é que foi criada uma comunidade multi-facetada, organizada, criativa e produtiva, responsável por um ecossistema de soluções para desktop que, embora com suas imperfeições, hoje é plenamente funcional para a maioria dos usos aos quais se propõe. Quer dizer, a própria existência de um ecossistema funcional de software livre para desktop é, em si, uma prova de seu sucesso.
Além disso, ouso dizer que a grande maioria dos usuários Linux não ligam se a sua distribuição, ou se o pinguim como um todo, é usado por 6 ou 6 milhões de pessoas. Se existe um anseio de ganhar uma fatia maior do mercado, isto seria apenas para ganhar um pouco mais de consideração por parte dos fabricantes de hardware e software.
Dito isto, me parece que o cadáver não só está respirando, mas também está com muita saúde. Que diga o Ubuntu, o desktop Linux mais usado no mundo, que é utilizado até mesmo pelo Google.

A razão de tudo, segundo Icaza, seria a própria cultura do Linux. Em seu texto ele responsabiliza Linus Torvalds por ter inspirado na comunidade uma cultura de não dar importância à retrocompatibilidade com dispositivos e programas a cada nova versão lançada de seus programas, em nome da inovação.
Agravando a questão da compatibilidade, estaria o fato de que cada distribuição Linux escolhe seu próprio conjunto de componentes principais do sistema. Estes, para ele, seriam os dois principais motivos que dificultam o suporte proprietário, resultando na marginalização do sistema.
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Segundo Miguel de Icaza, a culpa da morte do Linux no desktop é do cara boa pinta da imagem acima
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Um link para esse texto acabou sendo postado pelo engenheiro de software da Intel, Sriram Ramkrishna, no Google+, onde recebeu resposta de pesos pesados do kernel, como Alan Cox e o próprio Torvalds.
Em sua contestação, Cox disse que riu do argumento sobre não haver consenso entre as distribuições na escolha dos componentes do sistema, já que o próprio Icaza teria sido responsável por uma grande divisão nos desktops, ao criar o Gnome. Além disso, os problemas de retrocompatibilidade seriam do Gnome, e não do kernel. Terminou dizendo que “O Gnome não é um realmente um desktop – é um projeto de pesquisa”.
Quanto a Linus, o criador do kernel Linux, ele disse ter achado graça de ter levado a culpa por ter influenciado no comportamento dos desenvolvedores. Argumentou que uma das regras principais do kernel é não romper com interfaces externas, ou seja, pode-se romper compatibilidade só internamente e não com programas e dispositivos externos.
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O que Linus Torvalds quis dizer (mas não disse) a Miguel Icaza |
Exumando o cadáver
Embora seja essa mais uma história na longa lista de entreveros envolvendo personalidades distintas da comunidade do software livre, mais do que discutir de quem seria a culpa, o importante é saber se o desktop Linux está mesmo morto, pois segundo os filmes americanos, não há crime sem um cadáver.É necessário lembrar, em primeiro lugar, que os parâmetros de sucesso do software livre vão muito além de sua adoção por um grande número de pessoas. O fato é que foi criada uma comunidade multi-facetada, organizada, criativa e produtiva, responsável por um ecossistema de soluções para desktop que, embora com suas imperfeições, hoje é plenamente funcional para a maioria dos usos aos quais se propõe. Quer dizer, a própria existência de um ecossistema funcional de software livre para desktop é, em si, uma prova de seu sucesso.
Além disso, ouso dizer que a grande maioria dos usuários Linux não ligam se a sua distribuição, ou se o pinguim como um todo, é usado por 6 ou 6 milhões de pessoas. Se existe um anseio de ganhar uma fatia maior do mercado, isto seria apenas para ganhar um pouco mais de consideração por parte dos fabricantes de hardware e software.
Dito isto, me parece que o cadáver não só está respirando, mas também está com muita saúde. Que diga o Ubuntu, o desktop Linux mais usado no mundo, que é utilizado até mesmo pelo Google.
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